27 de fev. de 2022

O ADEUS AO BÊBADO DE CARTEIRINHA




Ninguém se perde na volta, repetia o bêbado na porta do bar após pagar a conta como fazia todos os dias após mais um dia de bebedeira. 

 Cambaleando descia a íngreme ladeira que dava para o quarteirão em que morava em uma casa simples herdada dos pais. 

 Como trincasse ponto sempre chegava ao bar por volta das oito da manhã e só saia no final da tarde, como os demais colegas de bebedeira. 

 Naquele dia ele não chegou, no outro não apareceu, no outro não veio e resolveram ir à casa dele saber o que acontecera. 

 A casa estava fechada, mas um vizinho, sem ninguém perguntar, se apressou em dizer que fora atropelado e estava na UTI do hospital. 

 E nunca mais frequentou o bar que fechou no dia que os bêbados de carteirinha foram lhe dar o último adeus. 

Por;Jesimiel Ferreira

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