24 de jul. de 2021

O POLITICO MENTIROSO E MENTIRA DO ELEITOR



O cara era gente boa, daqueles que o povo diz que quando morrer vai para o céu com tripa e tudo, capaz de tirar a roupa do corpo para dar aos outros e mandar a mulher tirar para dar também.

O seu carro era a ambulância do bairro, tirava da boca dele e da mulher e dos filhos para comprar remédio para os doentes e se alguém morria se virava nos 30 para arranjar o caixão na assistência social e fazia vaquinha para comprar flores e bancar o velório.

Era padrinho de batismo e casamento de um monte de gente interessada nos presentes que dava, mesmo tirando da goela, e participava de todas as festas e ações sociais, por isso, chegou uma turma de políticos por lá dizendo que se fosse candidato seria eleito, e entre os mais votados, inclusive, mostrando pesquisas que mostravam que era o bam bam bam do pedaço.

Comeu corda que nem cacimbão, ficou empolgado que só pinto no lixo, bateu de porta em porta pedindo votos e ninguém bateu a porta na sua cara, e certo da eleição fez empréstimos em tudo quanto é banco e com tudo que é agiota para pagar depois do pleito.

Bem que a mulher dele dizia que tivesse cuidado, não confiasse no que diziam, cabeça de eleitor é terra que ninguém anda e tem mais gente falsa do que verdadeira, mas nas ruas ele via todos a quem pedia voto dizendo que eles e as famílias votariam nele.

E aconteceu como o previsto: terminada a votação começa a apuração e vem a decepção de ser um dos menos votados e de lá para cá ficou conhecido como "cacareco" e viu que ninguém viu o que fazia pela comunidade onde nasceu, cresceu e estava a criar os filhos.  

O povo preferiu votar num camarada que "caiu de paraquedas", fez um barulho danado, pagou umas contas de água e luz e deu uns trocados a uns bêbados que enchiam a cara na bodega da esquina.

O camarada não apareceu mais por lá e ele não ficou mais lá, não porque perdeu a eleição, mas porque teve que vender a casa para pagar débitos de campanha e alugar outra em um bairro bem distante, pagando pouco.

E agora não quer nem ouvir falar em política e sai correndo, desembestado chega os pés baterem na bunda, quando avista um político.

Por: Jesimiel Ferreira

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