27 de mai. de 2021

MANAÍRA-PB: A LUTA DE UMA ESTUDANTE PARA VENCER PELA EDUCAÇÃO EM ST



Já pensou iniciar um curso superior numa instituição privada sem contar com nenhuma renda? E quando fosse acumulando as mensalidades atrasadas o que você faria? Infelizmente essa é a realidade de muitos estudantes que sonham com a conclusão de um curso e que por diversas questões, inclusive financeira, se veem de mãos atadas. Porém, esse não foi o caso de Isabela Tavares de Almeida, 22 anos, que cursa o 9º período de Psicologia na FACISST, em Serra Talhada.

 Quando começou o curso e não tinha nenhuma renda e a mãe estava desempregada, tinha apenas uma lojinha de perfumaria, em Manaíra (PB), que não estava bem nas vendas. Isabela bateu em várias portas de comércios locais, mas, segundo ela, ninguém lhe deu uma oportunidade, e recebeu vários nãos. “Fui humilhada e mesmo assim, sem ter conseguido um emprego, iniciei o curso. O primeiro período foi muito difícil, justamente porque não tínhamos nenhuma renda. As mensalidades começaram a atrasar, olhava para todos os lados e não via como continuar. Estava certa que trancaria o curso quanto concluísse o 1º período”, disse Isabela Tavares, em conversa com o Farol. 

 TRAJETÓRIA ÁRDUA 

“Quando eu disse para meus colegas de turma que ia desistir, alguns me apoiaram, disseram para não desistir que eu poderia conseguir uma bolsa, poderia aparecer alguma luz no fim desse túnel e que eu tinha um grande potencial. Voltei para casa muito reflexiva e comecei pensar o que eu poderia fazer para continuar na faculdade, mas olhava para todos os lados e não sabia fazer nada. Mas, continuei me questionando sobre o que eu poderia fazer. De tanto me questionar e em uma conversa com uma madrinha minha surgiu essa ideia de vender trufas e comecei mesmo sem saber fazer ainda”, relembrou a jovem. Isabela já tinha um plano para seu problema e imediatamente começou fazer as trufas, revelou que as primeiras saíram desajeitadas, mas com a prática aprendeu. O próximo desafio foi conseguir clientes e mais uma vez a empreendedora começou pensar em estratégias para ficar conhecida como vendedora de doces e consequentemente conseguir uma boa clientela. A ideia deu certo embora tenha sido doloroso devido aos preconceitos que sofreu na rua. 

 DE BICICLETA E CAIXINHA DE SOM 

”Fui para as ruas na minha bicicleta, comprei uma caixinha de som, pedi para gravarem um comercial falando sobre as trunfas e comecei. Encontrei muitos obstáculos nas ruas, as pessoas debochavam de mim, riam do meu trabalho, soltavam piadas e isso me afetou muito. Ouvi uma frase que me marcou profundamente, uma criança estava com a mãe e disse: ‘Olha, mãe, a menina que vende chocolates”, a mãe olhou para ela e disse: ‘Estude minha filha para você não ser como ela.’ Mal sabia essa pessoa que era pelos meus estudos que eu estava lutando, mas mesmo que não fosse isso não me tornaria melhor nem pior do que ninguém”, lamentou a falta de sensibilidade das pessoas. Diante dos obstáculos, Isabela teve uma rede de apoio, principalmente da sua mãe que a incentivou a seguir, porque tinha um propósito. Continuou ouvindo piadas e humilhações, mas isso já não a afetava tanto porque lutava por uma causa maior, seus estudos. Após certo tempo, andava por toda cidade, vendia na porta de uma escola e as crianças que compravam também foram uma rede de apoio, o sorriso dos pequenos clientes de alguma forma a motivava. Assim ela continuou rumo a concretização de um sonho que estar prestes a acontecer. E não para por aí, tem o desejo de abrir uma loja física no ramo e uma clínica de psicologia, porque não pretende deixar o ofício que salvou sua graduação. ”Não sei quando, mas pretendo ter uma loja física e ir além. Após formada, trabalhando com psicologia, eu pretendo continuar com os doces na produção porque é algo que aquece meu coração. Mesmo futuramente colocando alguém para me ajudar, não abro mão de fazer parte da produção, de ir para a cozinha. Eu sou muito feminista e o feminismo prega que lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na cozinha e eu gosto, me faz bem. Além da questão financeira o que me move a continuar em meio as dificuldades e obstáculos é o que está além do dinheiro”, afirmou a empreendedora. A partir do 3º período ela conseguiu uma bolsa que ajudou bastante na questão financeira. Em 2018 a mãe também conseguiu um contrato de professora na prefeitura de Manaíra e começou ajudar nos custos do curso e assim Isabela dá um exemplo de superação, luta, perseverança e resiliência para assim como ela, outros alunos não desistam em meio às dificuldades, que não deixem o pessimismo ofuscar a luz no fim do túnel por muitas vezes ela está lá, mas esse pessimismo acaba ofuscando. 

 MUDANÇA PARA SERRA TALHADA 

A rotina de Isabela é divida entre Manaíra e Serra Talhada, sobretudo nesse período de estágio na Clínica de Psicologia da FACCIST de 3 a 4 dias na Capital do Xaxado e 3 em sua cidade natal e precisa conciliar as vendas nas duas cidades. Além das trufas, ela faz barras trufadas, caixas para presentes, cones trufados, alpinos, pirulitos de chocolate, bombom do pote, bolo no pote e ovos de chocolate do período da páscoa. 

 AJUDE ISABELA 

Ela pretende se mudar para Serra Talhada, a princípio vendendo seus doces, e futuramente abrir uma clínica de psicologia para atuar na área e também continuar empreendendo no ramo da doceria, tanto em Serra Talhada quanto em Manaíra. A partir de junho, Isabela já começará as vendas em Serra Talhada, ela aceita pedidos pelo WhatsApp: (83) 9 9695-0980, pelo Facebook: Isabela Tavares e pelo Instagram: @trufas_e_delicias_da_isa.

Fonte: Farol de Noticia

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